Balbúrdia é cortar da educaçãoNeila Baldi style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
Diz o dicionário que, entre os significados de balbúrdia, estão: tumulto e trapalhada. Pois o atual desgoverno tem tumultuado e promovido "trapalhadas'"na educação. Em pouco mais de dois anos, foram quatro ministros da Educação. Um deles disse que iria cortar verba de universidades por causa de "balbúrdia". O descaso com a educação é projeto. Povo instruído e com pensamento crítico não cai em fake news, não acredita em mamadeira de piroca, etc.. Assim como aumentar a pobreza é projeto: afinal, #EleNão quer ter um curral eleitoral a partir de bolsa-auxílio. A última perversidade foi cortar bolsas sem aviso prévio. Já pensou você trabalhar o mês todo e, no dia do pagamento, receber um aviso de que vai atrasar e, depois, quando você já trabalhou outros 15 dias, ser informado que não tem previsão de pagamento? Pois, isso foi feito com cerca de 60 mil bolsistas dos programas Residência Pedagógica (RP) e Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). FALTA PLANEJAMENTO Neste início de novembro, serão dois meses de trabalho nas escolas sem remuneração. Em agosto, o Ministério da Educação enviou ofício ao da Economia, solicitação suplementação orçamentária. Como não há permissão legal para isso, é preciso a aprovação de um crédito suplementar no Congresso Nacional. A vida de 60 mil bolsistas depende do Legislativo por incompetência do Executivo. Mesmo o ofício de agosto já era tardio... Mas não foi esse governo que disse que as Universidades gastam demais, que não têm planejamento? Ora, e o que é ter 60 mil pessoas a pagar e não as colocar em seu orçamento? O que é sair atrás do dinheiro quando já está em falta? O que é mandar um projeto de lei para o Congresso pedindo recursos apenas para o que está atrasado? É preciso garantir os recursos até o fim dos programas, cujos editais preveem 18 meses de bolsas, a vencerem no primeiro semestre de 2022. Os programas promovem a articulação entre teoria e prática, contribuindo para a construção da educação pública de qualidade, uma vez que servem de lócus de pesquisa para novas práticas pedagógicas. Trata-se, portanto, de uma dupla qualificação: de alunos e alunas das licenciaturas e de professores e professoras. MORTES DOS SONHOS O atraso no pagamento das bolsas gera problemas nas vidas de estudantes que dependem desse custeio para suprir necessidades básicas (alimentação, aluguel, transportes, taxas de água e luz entre outras). Não conseguir continuar no curso pode significar, para muitos e muitas, o abandono da profissão. Trata-se de mais um desestímulo à docência. Mas, para um governo irresponsável, que deixou o Brasil liderar em 2021 o número de mortes por Covid, o que é matar sonhos?
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A Cracolândia sobreviveu à Covid-19 Noemy Bastos Aramburú style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> O Republicano Celso Russomano, durante campanha à prefeitura de São Paulo, em outubro de 2020, foi, exacerbadamente, criticado pelos adversários, ao afirmar que moradores de rua e usuários de droga da Cracolândia seriam mais resistentes à Covid-19 "porque convivem o tempo todo na rua, não têm como tomar banho", além das críticas severas proferidas contra a sua pessoa, a oposição ainda o taxou como insensível, por não tratar a população de rua como ser humano, discurso totalmente político já que Celso era o candidato apoiado pelo presidente Bolsonaro, que também recebia o mesmo tipo de crítica. NADA ENTENDI Um ano após a fala de Celso Romano, constatei que os moradores estão aqui, na rua, vivos e sem banho como sempre, porém, "saudáveis" como dantes da pandemia, em número bem maior, ratificando a fala de Russomano e contrariando a fala dos opositores de que a Cracolândia seria dizimada com o Covid-19. Aliás, nos anos de 2016, 2017 e 2019, a Universidade Federal de São Paulo juntamente com a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad), realizou um Levantamento das Cenas de Uso de Capitais (Lecuca) na Cracolândia paulista, onde constatou que 79.4% dos frequentadores da região estavam sem atividades remuneradas há pelo menos 1 ano, e 52%, há 5 anos ou mais; e, quando questionados sobre quais seriam suas motivações para sair da Cracolândia, o trabalho veio em primeiro lugar, ocupando 44%. Na realidade, a Covid-19 veio atender os interesses do governo do Estado e da prefeitura de São Paulo, que, desde antes da pandemia, vinham aplicando recursos e projetos para desocupar a Cracolândia, já que além de deixar feia a cidade, infringia a legislação municipal por descumprir o Plano Diretor. Destarte, o interesse público-privado estava expulsando e despejando famílias da região, entretanto, sem a garantia de atendimento adequado, utilizando inclusive a força policial, como se constata em vários vídeos que circularam. Assim, a Covid veio contribuir com esta desocupação, com estes interesses, razão pela qual a oposição afirmou que senão fossem retirados do local, a população de rua seria dizimada. Felizmente, o judiciário fez o seu papel. O entendimento da Corregedoria da Central de Mandados do Tribunal de Justiça de São Paulo e a recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi de não haver, no momento, nenhuma remoção. Porém, como diz a música "afasto o que não conheço", mas que a Cracolândia resistiu ao Covid-19 ,ninguém pode negar.
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